São mortos os que nunca acreditaram - Florbela Espanca.


São mortos os que nunca acreditaram 
Que esta vida é somente uma passagem, 
Um atalho sombrio, uma paisagem 
Onde os nossos sentidos se poisaram. 

São mortos os que nunca alevantaram 
Dentre escombros a Torre de Menagem 
Dos seus sonhos de orgulho e de coragem, 
E os que não riram e os que não choraram. 

Que Deus faça de mim, quando eu morrer, 
Quando eu partir para o País da Luz, 
A sombra calma dum entardecer, 

Tombando, em doces pregas de mortalha, 
Sobre o teu corpo heróico, posto em cruz, 
Na solidão dum campo de batalha! 

Florbela Espanca.

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